Primeiro amor

Era verão. Fazia muito calor, muito calor. Ela estava atirada na areia, olhando o mar, sentindo a brisa lhe baguçar os cabelos, sem fazer nada. Estava de férias, curtindo o dia do jeito que mais gostava de estar, sozinha.
Ele estava caminhando, a bermuda ameaçava cair, a camiseta nas mãos, os olhos presos na garota a sua frente, tão linda, tão bela que pareceria uma miragem. Só que ele não estava no deserto, estava na praia e ela era real.
Aos poucos foi se aproximando e sentou-se perto dela. Não entendia bem o por quê, mas ela lhe despertava a curiosidade. Tinha vontade de tocar-lhe os cabelos avermelhados, a face rosada e de mergulhar nas profundezas dos olhos azuis - eles eram azuis ou verdes? Não tinha certeza. Precisava olhar mais de perto. Ela virou o rosto em sua direção. Se olharam por poucos segundos - eram verdes, percebeu ele, os olhos eram verdes - e então, ele desviou o olhar, subitamente contrangido. Ela riu suavemente.
Ficaram assim, se olhando por algum tempo, aquele que ele criou coragem e foi falar com ela. A conversa fluiu e foi assim por semanas a fio, até que as conversas foram evoluindo para pequenos carinhos, que viraram beijos e que se transformou em algo serio. Em algo verdadeiramente real.
Só que o verão estava acabando, estava marcando o fim do romance de verão, marcando a data do fim de tudo. Fim este que não existiu, apenas marcou o inicio do primeiro amor.
Do amor doce e puro, mais verdadeiro e real do que aqueles contados em historias, em filmes, em livros e em tardes preguiçosas ao lado dos avós.

[...]

Era uma história de amor, com final feliz.